terça-feira, 24 de abril de 2018

Um bom trabalhador

II Timóteo 2.15 “Empenha-te em apresentar-te a Deus já aprovado, como um obreiro inculpável e que ministra retamente a palavra da verdade” (TR). Introdução Paulo gosta de usar ilustrações para explicar seus ensinos. Ele faz isso nos versos de 2-6, falando sobre o soldado, atleta e fazendeiro, mas Paulo soma agora o trabalhador de um modo geral, talvez pensando no seu próprio conhecimento como um artesão qualificado. Os leitores judeus teriam entendido uma exortação para serem diligentes em representar “a palavra da verdade” certamente como uma exortação para estudar a lei de Deus, onde se encontrava a sua Palavra (Sl 119.43 Jamais tires da minha boca a palavra da verdade, pois nas tuas ordenanças coloquei a minha esperança). Embora Paulo pressupõe tal investigação das Escrituras (3.14-17), mas sua ênfase aqui está na representação precisa do evangelho em contraste comas palavras vazias. O texto é categórico em informar qualidades que são endêmicas de um obreiro aprovado. 1.O OBREIRO APROVADO SE EMPENHA O verbo empenhar ou diligenciar na língua grega é spoidázo (vmaa2s=verbo imperativo aoristo, voz ativa, 2pessoa singular) nos traz uma noção de zelo persistente. Paulo dá uma ordem a Timóteo, e espera que ela já esteja de fato realizada de forma adequada pelo mesmo. Se quisermos ser obreiros aprovados devemos ser zelosos no que fazemos. Empenhar-se é fazer todo o possível para que seja feito corretamente, com diligência, sem relaxo, sem desleixo. Se esforce sempre para fazer o melhor. O obreiro aprovado se empenha. 2.O OBREIRO (ergatem=trabalhador=sams=substantivo acusativo masculino singular) PRECISA DA APROVAÇÃO DEUS A aprovação é a razão de ser da maioria de nós. Você para trabalhar em uma empresa precisa de provado. Para fazer faculdade precisa ser provado. E o que nos torna felizes é o resultado positivo, a nossa aprovação. Se nas coisas comuns da vida precisamos de aprovação, porque seria diferente nas coisas de Deus? Se Deus não nos aprovar, se a Igreja não nos aprovar, não podemos insistir em fazer qualquer coisa que vier em nossas mãos. Sem aprovação de Deus nada que fizermos produzirá efeitos benéficos. Paulo usa dókimos que significa aprovado depois de exame. (aamsn=adejetivo acusativo masculino singular). Não podemos ser negligentes com a força deste ensinamento. Ele é como som de uma bomba nuclear atingindo nossos tímpanos a fim de que saibamos que é algo sério que está sendo tratado. Muitas igrejas estão sofrendo com obreiros que possuem um bom currículo acadêmico, mas falta-lhes o mais importante. Creio eu que o fator preponderante que leva uma igreja a sofrer é a falta de aprovação dos obreiros da parte de Deus para servirem nas congregações (II Co 5.20). Igualmente, não basta apenas a aprovação para o seu ministério, os obreiros precisam ter convicção que são chamados para aquele ministério, naquele lugar, naquelas condições com aquelas pessoas. Sem isso ao invés de nutrirem o rebanho e levarem o mesmo a desenvolver-se acabam por destruí-lo. As intenções são boas, mas não nos basta apenas boas intenções. É mister a aprovação de Deus em tudo. O obreiro precisa da aprovação de Deus para trabalhar seja lá qual for sua área de atuação. O obreiro precisa da aprovação de Deus. 3.O OBREIRO APROVADO DÁ E TEM UM BOM TESTEMUNHO O verbo Apresentar no grego Paristemi = Parastesai = vnaa = verbo infinitivo aoristo voz ativa junto com o adjetivo anepaíschinton = inculpável ou pode assumir a forma também de não envergonhavél trata-se de alguém que sabe o que está fazendo sem medo de errar. Ele pode ser imitado, ele pode ensinar, ele pode ser usado como referência. Ele sabe o que faz. Um obreiro aprovado dá e tem um bom testemunho. Não é perfeito, mas é alguém que pode servir de aio para nos conduzir até Cristo. 4. O OBREIRO APROVADO SABE USAR A BÍBLIA Este texto transliterado diretamente para nossa língua poderia ser lido desta forma: que ministra retamente a Palavra (logos) da verdade ou que dispensa com retidão a Palavra (logos) da verdade (verdade=Aleteias) O verbo utilizado aqui é ortotoméo = ortotomointa = vppaams = verbo particípio presente voz ativa acusativo masculino singular que significa “cortar uma linha reta, ou cortar uma estrada reta”. Segundo a Chave lingüística do Novo Testamento A metáfora pode ter as seguintes realidades como base, fazer uma linha reta com arado; construir uma estrada em linha reta, ou um pedreiro cortando uma pedra para colocá-la em seu lugar próprio, ou ainda, o corte de um sacrifício ou alimento para o uso da casa. Um obreiro aprovado qual caminho seguir. Ele sabe usar sua ferramenta de trabalho como ninguém. Ele conduz as pessoas pelo caminho certo porque sabe usar sua bússola, o seu mapa. Ele não se desvia nem para direita nem para esquerda porque sabe que seus caminhos devem ser retos, estar no plumo. Quando o obreiro sabe usar a Bíblia, não só ele andará de forma coerente com a Palavra, (retamente ou com retidão) o povo também terá o suficiente para assim fazê-lo. A Palavra da Verdade os livrará do raquitismo e da desnutrição espiritual, assim como obreiro que dispensa sobre o rebanho este maná. E assim como é importante para uma criança recém nascida o leite materno, de tal modo a Palavra pregada de forma correta o é para todos nós. O obreiro que sabe usar de forma certa as Escrituras Sagradas guiará o rebanho que Deus o concedeu de forma certa e o medo de sair dos trilhos ocorrerá apenas quando estivermos em um trem de verdade, mas nunca quando estivermos na igreja. Conclusão: Se quisermos ser obreiros aprovados precisamos destas características em nossas vidas. Para sermos trabalhadores aprovados precisamos: (1) empenhar-nos; (2) ter aprovação de Deus em tudo que formos fazer; (3) dar e ter um bom testemunho e (4) saber usar a Palavra da Verdade que é a Bíblia. Que o Eterno através de sua graça nos ajude.

O Deus de Toda Revelação


(Extraído da Bíblia A21)
Como podem aqueles que nunca ouviram falar do Deus verdadeiro ser cobrados por ele?
Gn 14.17-20
Muitas pessoas imaginam que a única revelação de Deus para o homem encontra-se na Bíblia. Mas tal informação está incompleta. Nesse texto vemos que Abraão foi abençoado por Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo. Apesar de não sabermos de onde ele veio, vemos que Melquisedeque conhecia muita coisa sobre Deus. De onde lhe veio tal conhecimento? Observe as diferentes revelações de Deus ao homem:
·         Revelação na natureza: Comprova a existência do poder de Deus (cf. Sl19.1; Rm 1.19,20)
·         Revelação na história humana: Como Melquisedeque, muitos povos sabem muita coisa sobre Deus (Fator Melquisedeque).
·         Revelação no próprio homem: Sendo imagem de Deus, o homem sabe que Deus existe (cf. Gn 1.26).
·         Revelação em Cristo: Jesus era Deus encarnado, revelando Deus aos homens (cf. Cl 1.15).
·         Revelação na Bíblia: A Bíblia é a revelação especifica para salvação do homem (2Tm 3.16)
Diante dessa realidade, pode alguém dizer que nunca soube nada sobre Deus? Cada um será cobrado de acordo com a luz que tiver recebido. Todos têm sua responsabilidade de responder positivamente à revelação divina. Todavia, é preciso ficar bem claro que sem Cristo ninguém poderá alcançar salvação.

Ortodoxia


A HARMONIA ENTRE TRÊS PESSOAS DA TRINDADE

Uma das percepções mais importantes da teologia bíblica é a unidade das obras da Trindade. Cristãos bíblicos crêem que Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo estão unidos na obra de redimir a humanidade perdida. Não cremos que eles ajam um contra o outro, ou mesmo um sobre o outro, mas um com o outro em nossa salvação. Por exemplo, Jesus não morreu para convencer o Pai a mudar sua atitude para conosco, de inimizade a amor. Antes, Jesus morreu na cruz por causa do amor do Pai por nós, como João 3.16: diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O Pai e o Filho estão unidos em sua obra pela salvação daqueles que creem: o Pai elegendo e enviando o seu Filho; o Filho expiando pelos pecados daqueles escolhidos e dados a ele pelo Pai (João 6.37-40). A mesma harmonia existe entre o Filho e o Espírito. Jesus morreu pelos pecados de todas as pessoas, ao passo que o Espírito Santo aplica os benefícios de sua obra a todos quanto o recebem. O Espírito Santo regenera precisamente as pessoas por quem Jesus ofereceu sua obra expiatória, de forma que a obra da segunda e terceira pessoas da Trindade se harmoniza perfeitamente.

Para quem você trabalha?


TRABALHANDO PARA GLORIA DE DEUS
Texto: 1 Coríntios 16.10-18
Criamos um ambiente favorável para Aqueles que Realizam o Trabalho de Deus (v.10-12). Timóteo e Erasto são enviados a Corinto, dois missionários em quem ele muito confiava. Eles já haviam trabalhado com ele na Macedônia. Timoeto era muito novo, no entanto Erasto era administrador na cidade (Rm16.23), mas Timoteo era tímido e um adolescente. Precisava de apoio dos irmãos, mesmo com sua firmeza no evangelho. Precisamos estar atentos para atender bem as pessoas que servem na obra do Senhor. Apolo não vai ate eles justamente para não dificultar o trabalho deles, pois ele era muito estimado pelos Coríntios e talvez a sua ida ate La poderia causar um racha novamente na igreja, tornando o ambiente desfavorável pra o crescimento da igreja. Tito havia resolvido alguns problemas, mas as dificuldades ainda continuavam na igreja. Na verdade elas haviam aumentado (2 Coríntios 1.25-23). Existem vários motivos para não ajudarmos. Mas sempre existira pelo menos um para lembramos que devemos consagrar as nossas vidas e servimos. O sustento que Timóteo, Erasto,  Barnabé, Tito e Paulo precisavam não era  só o financeiro, mas em todas outras áreas que possamos imaginar. Paulo ecoa neste capitulo Deuteronômio 15.14. “Carregue os ombros dele com o produto do rebanho de você, da sua colheita de cereais de uva. Dê-lhe de acordo com a bênção que Javé seu Deus tiver concedido a você” (BEDP p.203). Paulo não esta pensando em questões externas, mas principalmente oposição que ele mesmo enfrentou. A palavra recear ou ter temor “afobos=άϕόβωϛ”. Paulo não esta pensando em questões externas, mas principalmente oposição que ele mesmo enfrentou. Não afobem, não o deixem temeroso, muito pelo contrario. Deixem-no a vontade, confortável, criem um ambiente propicio para que o trabalho de Deus se desenvolva. Timóteo tem o habito de realizar a obra de Deus, só precisa de um ambiente propicio para fazer o mesmo. Não o considerem como nada. Dêem o devido valor a ele, pois ele tem uma vida consagrada ao trabalho Deus. Devemos estar alertas no Trabalho de Deus (v.13,14). Precisamos estar alertas o tempo todo, pois quando não estamos de guarda o inimigo entra e faz um estrago terrível no meio do povo de Deus. A palavra grhgoreite=vigiar, estar alerta, esta no presente no imperativo. Isto significa esta e uma ordem dada por Deus através do Apostolo Paulo, para vivermos assim de maneira constante. Quantas oportunidades desperdiçadas porque não vigiamos, por que não estávamos alertas? Quando trabalhamos para Deus temos que ter olhos de águia, termos atenção redobrada. Precisamos também de coragem (andrizesqe). Ter coragem, não e fechar o olhos e seja o que Deus quiser. E enfrentar as questões de cabeça erguida e com olhos bem abertos porque sabemos o que estamos fazendo. Nossa motivação vem do alto. Não obedecemos a Deus cegamente, mas sabiamente, conscientemente. Estamos dispostos para encarar o que vier, porque “suportamos todas as coisas em Cristo” (Fl 4.13). Aristóteles usa a palavra indicando a coragem que ele descreve como o meio termo entre o temor e confiança. Nos papiros a palavra era usada na exortação: Portanto, não temam, mas sejam corajosos como homens”. Precisamos estar alertas, ser corajosos, mas também fazer tudo isso como amor. Devemos ser tudo isso e mais um pouco, mas aos moldes do Reino de Deus. Com amor fraternal. Precisamos cooperar com aqueles que trabalham para Deus (v.15,16). E bom olhar para trás e ver o sucesso que obtivemos por intermédio da graça de Deus. Paulo desfruta disso quando olha e vislumbra um dos primeiros frutos do seu trabalho na Acaia. Precisamos nos sujeitar, ou estar sujeito aos outros para que o trabalho cresça. Vc e eu precisamos trabalhar com alguém, no entanto, nem sempre vamos dirigir, mas vamos ser dirigidos. A idéia aqui da cooperação de Paulo e cooperar ate esgotar-se. Paulo nos relembra aqui sua orientação no capitulo 3.9. Não há um que seja melhor do que o outro. Todos são importantes para que o trabalho gere frutos. Reconhecer as pessoas que estão entre nos Trabalhando no Reino e para o Reino (v.17-18). Existem pessoas que muito embora estejam no Reino, trabalham para si. Outras estão no reino e trabalham para o Reino. Aqueles que quando estamos em falta eles chegam e completam. A parte que falta do quebra cabeças. Estafanas e Fortunato, Acaico são aqueles irmãos que chegam para somar. O que faltava para renovar o animo dos Coríntios estes irmãos chegam trazendo para enche-los, supri-los. O que Paulo esta dizendo aqui e que eles chegam para que ele possa ter um pouco de descanso. Eles assumiram áreas que Paulo talvez nem estivesse dando conta e/ou fazendo de qualquer jeito. Paulo agora pode respirar um pouco e pensar em outras coisas, pois estes irmãos bencaos. A palavra utilizada por Paulo para se dirigir a eles e epiginoskete (epiginwskete) e Toioutos (toioutoϛ). Reconhecer, conhecer e pertencer a uma classe ou ter uma qualidade.




A NECESSIDADE DO APÓSTOLO PAULO

(CARSON. D A. Por Amor a Deus: Editora CPAD, Rio de Janeiro, 2009).
Suponha que você está pregando para estudantes universitários, ou para jovens executivos entre seu 20 e 30 anos, digamos, em Nova York. Se tiver que falar sobre Romanos, de que forma exatamente você lidará com a homossexualidade no capítulo 1 e com a eleição no capítulo 9? Como falaria sobre o inferno nas diversas passagens em que o próprio Jesus empregou as mais terríveis imagens? Até que ponto você seria tentado a recuar ao lidar com a absoluta exclusividade do evangelho ou quando for falar sobre dinheiro com pessoas ricas? Não podemos nos esquecer de que Paulo quis pedir oração. Alguns líderes acham que nunca deveriam admitir uma fraqueza, um medo ou uma necessidade. Agem como se estivessem acima de qualquer temor. Paulo não. O pedido que ele faz não é pro forma: ele pede oração para pregar destemidamente o evangelho porque já vinha pregando há tempos, e se conhecia muito bem para saber do poder e do perigo de pregar meramente pela aclamação popular. Ao pedir oração, ele admite seus medos, e garante a solução divina.


terça-feira, 31 de março de 2015

QUE TIPO DE VASO DEUS DESEJA QUE EU SEJA?
Jeremias 18 1-6
Introdução
O nome Jeremias “Yirme- Yahu”, significa o senhor estabelece. Ms também pode significar o senhor lança os alicerces. Javé exalta, ele exalta Javé. O tema do profeta consiste em uma serie de advertências a Judá, nos sentido de abandonara idolatria e o pecado para evitar o exilio.
 Cada classe da sociedade dos hebreus foi condenada como indesculpavelmente pecaminosa. Por Judá se recusar a se arrepender, o cativeiro babilônico seria inevitável. O que os hebreus precisavam era humilhar-se em submissão ao jugo dos caldeus, e não rebelar-se contra ele, pois o castigo pela infidelidade à aliança com Deus era bem merecido. Mesmo assim, chegaria o dia em que Israel seria libertado pelo Messias, o Justo Renovo, por esse motivo, Israel precisaria sempre confiar somente em Deus e nunca na sua força carnal.
Data: o ministério de Jeremias começou em 626 a.C, no 13º ano do reinado do rei Josias. Jeremias, por natureza, era tenro, manso e simpático, mas Deus lhe deu a incumbência de proclamar uma mensagem severa e triste.
Podemos dividir o livro da seguinte maneira:
I-             As profecias sob Josias e Jeoaquim, 1.1-20.18.
II-           As profecias posteriores no reinado de Jeoaquim e Zedequias, 21.1-39-18.
III-         As profecias após a queda de Jerusalém, 40.1-45.5.
IV-        As profecias contra as nações pagãs, 46.1-51.64.
V-          O apêndice histórico, 52.1-34 ( acontecimentos na queda e no cativeiro de Judá)
DEUS DESEJA QUE EU SEJA UM VASO...
1.  TOTALMENTE MOLDADO E OU RECRIADO POR ELE, POIS É ELE QUEM CRIA OS VASOS. V.3-4

E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas,
Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer.

Jeremias 18:3-4 ACF


Então fui à casa do oleiro, e o vi trabalhando com a roda.
Mas o vaso de barro que ele estava formando se estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade.

Jeremias 18:3-4 NVI
Um dos atributos mais lindos de Deus, a meu ver, é sua criatividade ou sua arte de criar as coisas. Ele gosta de fazer isso. Ele fez tudo que existe, não se desespere. Tudo mesmo, mas o coro de Gênesis na narrativa da criação é que tudo que Deus fez era muito bom. Mas eu quero convidar você a considerar este “bom”. Se tudo que Deus faz é bom, porque não é bom? A palavra hebraica “d°hab” em Gn 1.31, na verdade fala que é bom para ele. Ela também aparece no livro de Daniel cap. 2.32 2/6.24 e Esdras 5.17.
A matéria-prima usada por Deus para criar estes vasos é o barro. Deus cria os vasos para glória dele. Matéria-prima é um produto natural ou semimanufaturado (bem intermediário) que deve ser submetido a um processo produtivo até tornar-se um produto acabado. Nós estamos deformados por causa do pecado e Deus deseja moldá-lo de novo. Se coloque nas mãos do oleiro. Deus não fala aqui que descartou o vaso que se deformou, mas que ele usou o vaso deformado para fazer outro melhor. Para glória, majestade e honras devidas somente a ele. Porque ele é o Deus que molda as nossas histórias. Esta é a finalidade da criação dos vasos. Podemos usar nossas vidas para diversos tipos de coisas, assim como vaso pode ser utilizado para outros fins (agua, cereais, bebidas, terra, areia, etc.).
Que tipo de vaso você é hoje? Que tipo de vaso as pessoas lhe tornaram? Que tipo de vaso quer ser?
Porque o meu Deus e o Deus de muitos que aqui estão, sabem que eles foram criados para serem vasos para glória de Deus!
DEUS DESEJA QUE EU SEJA UM VASO...
2.  QUE CONFIE A ELE ESTÁ TRANSFORMAÇÃO, PORQUE VOCÊ NÃO PODE MOLDAR A SI MESMO. V.5-6
Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

Jeremias 18:5-6 ARIB

Foi esta, então, a linguagem do Senhor: casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz esse oleiro? - oráculo do Senhor.
O que é a argila em suas mãos, assim sois vós nas minhas, Casa de Israel.

Jeremias 18:5-6 VC
O homem busca soluções para seus problemas a muito tempo. O mundo aquece. O homem cria os ventiladores, condicionadores de ar. Se muda para lugares mais frios. Se esfriar um pouco mais, procuramos agir de maneira inversa ao calor.
Sempre procuramos dar um jeito nas coisas a nossa maneira. Creio que esta é a síndrome de Adão e Eva. Os efeitos desta síndrome alcançaram Noé, Abraão, David, Eudson e também você.
Queremos resolver a nosso modo, tomar as decisões do nosso jeito. Queremos tocar a música da nossa preferência. Os maiores problemas que enfrentamos hoje é o nosso Senhor Jesus enfrentou também  são: Mamom, Preocupação e Egoísmo.
O dinheiro tem nos corrompido. A preocupação tem nos deixado sem sono. E o egoísmo tem nos afastado das pessoas.
Não temos como mudar isso em nós.
Eu não posso fazer nada para mudar?
Que tipo de vaso você já foi, está sendo?
Que tipo de vaso DEUS deseja que eu seja?
Somente DEUS pode moldar você. Somente ELE pode transformar um vaso defeituoso em um vaso de benção.



Conclusão
Eu procurei mostrar através da exposição bíblica que o Senhor dirige os acontecimentos conforme lhe apraz. Quem não vive conforme o projeto de Deus é deixado de lado e substituído por outro, até que reconsidere sua posição e se deixe moldar de novo mãos do oleiro. Refletirmos nesta noite que podemos ser o vaso que Deus deseja se reconhecermos que só ele tem poder para fazer novas todas às coisas. Não temos poder em nós mesmos para isso.
Portanto eu lhe pergunto nesta noite. Você deseja ser moldado por Deus? Você que ser alguém que agrada a Deus? Que lhe traga alegria? Lembre-se que você foi feito para glória dele. Não desperdice sua vida em outras coisas que não sejam para glória do seu criador.








terça-feira, 25 de novembro de 2014

Predestinação

A doutrina da predestinação segundo Armínio

Armínio não se recusava a discutir os decretos de Deus. Apenas se opunha à ordem específica em que os decretos divinos eram colocados nos dois principais ramos do calvinismo. Segundo ele, ambos eram passíveis de críticas devastadoras da mesma espécie. Por exemplo, nenhum colocava em primeiro lugar o decreto divino no sentido de enviar Jesus Cristo para ser o Salvador do mundo, enquanto o evangelho é essencialmente Jesus Cristo. Na Declaração de Sentimentos, Armínio propôs um esquema alternativo de quatro decretos divinos a respeito da salvação intitulado “Meus próprios sentimentos a respeito da predestinação”:

I. O primeiro decreto absoluto de Deus sobre a salvação do pecador é aquele pelo qual decretou que nomeava seu Filho Jesus Cristo mediador, redentor, salvador, sacerdote e rei [...]
II. O segundo decreto exato e absoluto de Deus é aquele pelo qual decretou que receberia em favor aqueles que se arrependessem e cressem e que, em Cristo [...] se cumpriria a salvação dos penitentes e crentes que perseverassem até o fim; mas que deixaria em pecado e sob a ira todos os impenitentes e incrédulos e os condenaria pela alienação a Cristo.
III. O terceiro decreto divino é aquele pelo qual Deus decretou que administraria de modo suficiente e eficaz os meios que eram necessários ao arrependimento e à fé [...].
IV. Depois desses, segue-se o quarto decreto pelo qual Deus decretou a salvação ou a perdição das pessoas. Esse decreto se fundamenta na presciência de Deus, pela qual desde a eternidade ele sempre soube quais os indivíduos que, pela graça [preveniente], creriam e, pela graça subsequente, perseverariam.

Para Armínio, portanto, a predestinação era, antes, de Jesus Cristo e não de indivíduos sem ele.

É importante lembrar que Armínio insistia que toda a questão da predestinação estava relacionada à condição caída dos seres humanos carentes de redenção. Para Armínio, o decreto divino de permitir a queda, em outras palavras, não dizia respeito à salvação. Os decretos de Deus a respeito da salvação vêm depois (são logicamente posteriores) da permissão divina da queda de Adão e de Eva. Como Armínio concebia a queda? Deixou isso claro em seu tratado Certos artigos a ser diligentemente examinados e ponderados: “Adão não caiu por decreto de Deus, nem por estar destinado a cair, nem por ter sido desertado por Deus, mas por mera permissão de Deus, que não está subordinada a nenhuma predestinação, nem à salvação ou à morte, mas que pertence à providência, que é distinta e oposta à predestinação”. Em outras palavras, a providência divina compreende certos decretos e a predestinação divina, outros. As duas não devem ser confundidas. Na providência, Deus decretou que permitiria a queda de Adão e de Eva e de toda a raça humana junto com eles. No Exame do panfleto do Dr. Perkins, Armínio disse claramente que Deus não poderia evitar a queda depois de criar os seres humanos e dar-lhes o dom do livre-arbítrio. Armínio acreditava na autolimitação e restrição de Deus e também na liberdade humana genuína no relacionamento abrangente estabelecido pela aliança. Portanto, os decretos de Deus quanto à predestinação dizem respeito aos seres humanos apenas como pecadores depois da queda e, de modo algum, à própria queda. Deus sabia previameme que os seres humanos cairiam, mas não decretou nem predestinou, de nenhuma forma, tal coisa.

Depois que os seres humanos caíram, argumentava Armínio, o primeiro decreto de Deus em relação a eles era providenciar para que Jesus Cristo fosse seu Salvador. Então, depois disso, decretou que salvaria, por meio de Cristo, todos aqueles que se arrependessem e cressem e que deixaria à sua merecida perdição aqueles que recusassem a salvação. A partir daí, Armínio começa a analisar a predestinação dos seres humanos caídos. Em primeiro lugar, trata-se de classes e grupos e não de indivíduos. Isto é, Deus decreta que salvará os que creem, todos eles. O objeto da eleição para a salvação é um grupo indefinido de pessoas: os crentes. O objeto da condenação para a perdição também é um grupo indefinido de pessoas: os incrédulos. Foi assim que Armínio interpretou o texto de Paulo em Romanos 9: tratando-se de classes ou grupos e não de indivíduos. “Armínio entende Romanos 9 em termos de ‘predestinação de classes’: ‘os que buscam a justiça pelas obras e os que a buscam pela fé’; Esaú é exemplo dos que buscam a justiça pelas obras e Jacó, dos que buscam pela fé.” Mas Armínio também tinha uma explicação para a predestinação condicional dos indivíduos. Em sua presciência absoluta, Deus sabe quem terá fé e quem não terá. Como Paulo disse em Romanos 8.29: “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. A predestinação de grupos, portanto, é incondicional. A predestinação de indivíduos é condicional e se baseia na presciência de Deus daquilo que farão livremente com a liberdade que Deus lhes dá. Essa é a essência do segundo e do quarto decretos de Armínio mencionados anteriormente.

O sinergismo evangélico de Armínio

E quanto à graça? Enquanto os calvinistas clássicos argumentavam que a graça salvífica é sempre irresistível, Armínio acreditava que a graça significava que a salvação é resistível e que muitos, inclusive nas Escrituras, resistiram à graça de Deus. Mas como a salvação pode acontecer “unicamente pela graça” se os seres humanos são livres para aceitá-la ou rejeitá-la? Se alguém não achar essa pergunta razoável, é provável que seja arminiano! Os calvinistas e outros monergistas acreditam que, para se dar completamente pela graça, conforme Paulo afirmou em Efésios 2, a salvação não podia ser uma dádiva recebida “livremente” no que se refere à contingência. Em outras palavras, se a pessoa que recebe a graça para a salvação pudesse recusá-la, então, ao aceitá-la, estaria praticando uma “boa obra” e mereceria uma parte da salvação, podendo assim jactar-se. Isso também sugere uma capacidade como a do pelagianismo em que a pessoa contribui para sua própria salvação, declaram os monergistas. A solução de Armínio para esse problema delicado é o conceito-chave da “graça preveniente”. Armínio sempre foi cuidadoso ao atribuir toda a salvação à graça e nada às boas obras. Um exemplo típico desse cuidado está na seção sobre a graça e o livre-arbítrio da Carta endereçada a Hipólito A. Collibus: “O mestre [de teologia] que atribui o máximo possível à graça divina tem a minha mais alta aprovação, contanto que pleiteie a causa da graça de tal maneira que não provoque danos à justiça de Deus e não remova o livre-arbítrio para praticar o mal”. Mas como isso é possível? Armínio explicou:

A respeito da graça e do livre-arbítrio, ensino conforme as Escrituras e o consentimento ortodoxo: o livre-arbítrio não tem a capacidade de fazer ou de aperfeiçoar qualquer bem espiritual genuíno sem a graça. Para que não se diga que eu, assim como Pelágio, cometo uma falácia em relação à palavra “graça”, esclareço que com ela me refiro à graça de Cristo que pertence à regeneração: afirmo, portanto, que a graça é simples e absolutamente necessária para a iluminação da mente, para o devido controle das emoções e para a inclinação da vontade ao que é bom. É a graça que [...] força a vontade a colocar em prática boas ideias e os bons desejos. Essa graça [...] antecede, acompanha e segue; ela nos desperta, assiste, opera para queiramos o bem, coopera para que não o queiramos em vão. Ela afasta as tentações, ajuda e oferece socorro em meio às tentações, sustenta o homem contra a carne, o mundo e Satanás, e nessa grande luta concede ao homem a satisfação da vitória. [...] A graça é o princípio da salvação; é o que a promove, aperfeiçoa e consuma. Confesso que a mente [...] do homem natural e carnal é obscura e escura, que suas afeições são corruptas e imoderadas, que sua vontade é obstinada e desobediente e que o próprio homem está morto em pecados.

A graça descrita por Armínio nessa declaração um tanto longa é a graça preveniente. É a graça que Deus oferece e concede a todas as pessoas de alguma forma e é absolutamente necessária para que os pecadores caídos – mortos em pecados e escravos da vontade – creiam e sejam salvos. É a graça sobrenatural, auxiliadora e outorgante de Jesus Cristo. Mas por ser preveniente (acontece antes), pode ser resistida. Se a pessoa não resistir à graça preveniente e permitir que ela opere em sua vida pela fé, ela se tornará justificadora. A mudança é a “conversão”, não uma boa obra, mas a simples aceitação. É aqui que aparece o sinergismo de Armínio. A vontade humana, livre pela graça preveniente (a operação do Espírito Santo dentro da pessoa), precisa cooperar simplesmente aceitando a necessidade da salvação e permitindo que Deus outorgue a dádiva da fé. Ela não será imposta por Deus e o pecador não pode merecê-la. Ela deve ser aceita livremente, mas até mesmo a capacidade de desejá-la e de aceitá-la se torna possível pela graça. O conceito da graça preveniente permite que a soteriologia de Armínio seja sinergista (envolvendo as vontades e atuações divina e humana) sem cair no pelagianismo ou no semipelagianismo. Diferentemente deste último, o sinergismo de Armínio coloca toda a iniciativa e capacidade de salvação a favor de Deus e reconhece a total incapacidade do ser humano de contribuir para a própria salvação sem a graça auxiliadora sobrenatural de Cristo.

Está claro, portanto, que Armínio rejeitava não somente o supralapsarismo, como também qualquer conceito monergista da salvação. No mínimo, negava a eleição incondicional, a expiação limitada e a graça irresistível. Não se pode afirmar que negava a depravação total. A citação apresentada da Carta a Hipólito indica que de fato acreditava nela. Alguns remonstrantes claramente não acreditavam e isso se tornou uma questão delicada e controversa depois da morte de Armínio. Este não negava a perseverança (a segurança eterna dos santos), mas argumentava que a questão não estava encerrada e advertia contra a falsa segurança e certeza. Assim como no caso da depravação total, muitos arminianos posteriormente rejeitaram a perseverança incondicional e ensinaram que a pessoa pode perder a salvação por indiferença e também pela rejeição consciente da graça. Muitos outros arminianos passaram a crer na segurança eterna dos genuinamente regenerados e justificados pela graça.

O legado do arminianismo

Uma questão ainda debatida pelos estudiosos de Armínio é se a sua teologia era uma alternativa à teologia reformada ou uma adaptação dela. Richard Muller sustenta que era uma alternativa e, como prova, indica a forte ênfase de Armínio à autolimitação de Deus. Os teólogos reformados posteriores a Calvino reconheciam a condescendência de Deus na revelação, mas negavam unanimemente qualquer autolimitação de Deus na providência ou predestinação. Carl Bangs sustenta a opinião de que a teologia de Armínio representa uma adaptação e desenvolvimento da teologia reformada. Embora o próprio Armínio quase certamente entendesse dessa forma sua teologia, Muller está mais próximo da verdade. A teologia de Armínio é totalmente protestante, mas não reformada. O teólogo holandês se propôs reformar a teologia reformada, mas acabou criando um paradigma protestante totalmente diferente. Os anabatistas argumentariam, com razão, que se tratava de um paradigma que Baltasar Hubmaier e outros pensadores anabatistas começaram a desenvolver quase um século antes. Ele poderia ser chamado de “sinergismo evangélico”.

O arminianismo, embora politicamente reprimido e posteriormente marginalizado no país de origem, radicou-se e floresceu em solo inglês no fim do século XVI. Muitos líderes da Igreja da Inglaterra foram simpáticos a ele no início e, posteriormente, adotaram-no abertamente. Embora Os trinta e nove artigos de religião da Igreja da Inglaterra incluíssem a afirmação da predestinação, o arminianismo tornou-se opção permanente da tradição anglicana. No século XVII, uma era de racionalismo e avivamento na Inglaterra e na Nova Inglaterra, os arminianos dividiram-se em dois grupos: arminianos de mente e arminianos de coração. Os primeiros pendiam para o deísmo e a religião natural e os últimos, para o pietismo e o avivamento. A história desses movimentos será contada nos capítulos posteriores. Basta dizer que, no cristianismo da era moderna de língua inglesa, é possível ser arminiano liberal ou arminiano evangélico. O movimento metodista primitivo, fundado por John e Charles Wesley, bem como muitos batistas primitivos representavam o segundo tipo de arminianismo, enquanto os deístas e os pensadores protestantes liberais dos séculos XVIII e XIX representavam o primeiro. Com esses movimentos, a teologia arminiana paulatinamente tornou-se parte das grandes tendências do pensamento protestante na Inglaterra e nos Estados Unidos – para desgosto dos protestantes reformados mais tradicionais.

Como vimos, depois da morte dos primeiros reformadores, seus herdeiros ortodoxos e escolásticos elevaram à importância primordial as questões da exatidão doutrinária e litúrgica. Alguns críticos diriam que as igrejas nacionais protestantes magisteriais da Europa e da Grã-Bretanha declinaram até se tornarem “ortodoxia morta” que crê na regeneração batismal, no clericalismo e no constantinismo. Essa situação provocou a reação dos ministros das igrejas estatais chamada pietismo. Entre outras coisas, ela tentava vincular a justificação à conversão, e a regeneração ao começo de uma vida de santificação verdadeira. Também censurava a ênfase exagerada à ortodoxia doutrinária e a indiferença diante da experiência espiritual como sinal autêntico do cristianismo e criava lemas como: “melhor uma heresia viva do que uma ortodoxia morta!”. É para a história do pietismo e de sua tentativa de reformar a teologia protestante nos séculos XVI e XVII que agora dirigiremos nossa atenção.

Fonte: História da Teologia Cristã, 465-483